Se você ama algo, solta-o
Se regressar, é teu
Se não regressar
Nunca te pertenceu
Ou nunca se fez seu
Porque, o que é o céu
Senão algo
Que se faz presente?
Se no teu átrio
Um paraíso
Não puderes encontrar
Não há chance alguma
De algum dia nele entrar
Lágrimas não escorrem
Bombas não explodem
Vidas não se vão
Gente não se fere
Gosto não difere
Não há dor
Não contesta-se o amém
Não apressa-se o porém
Não se desfaz o amor
Não se declara
As estrelas mortas
Porque o firmamento
Está nublado
Não se povoa um coração de cinzas
Nem se ladroa
Um sentimento de asas
A grande morada
É a casa arrumada
É o aprumo pelo apreço
É o endereço
Que precisa ter paz
Lágrimas não escorrem
Bombas não explodem
Vidas não se vão
Gente não se fere
Gosto não difere
Não há dor
Não contesta-se o amém
Não apressa-se o porém
Balas não se instalam
Armas não estalam
Faces não são vãs
Irmãos não se atacam
Cores não destacam
Maus não dão as mãos
Não despede-se do bem
Não despende-se o que tem
Não se desfaz o amor
O valor se faz